Turma: 1005
domingo, 2 de dezembro de 2007
sábado, 1 de dezembro de 2007
África
Africanas, Línguas, línguas indígenas do continente africano. Na África são faladas mais de mil línguas diferentes. Com exceção do árabe, que excede o continente, as línguas mais faladas são o suaili e o haussa que contam, cada uma, com mais de dez milhões de falantes. Poucas possuem documentos literários escritos, embora a maioria apresente ampla tradição de testemunhos orais.
Classificação das línguas
Classificam-se em quatro grandes famílias: camito-semítica ou afro-asiática, nilo-saariana, khoi-san e nigero-kordofana. Chama-se família de línguas o grupo de idiomas procedentes de um tronco comum. As famílias se subdividem em ramos constituídos por línguas próximas e inter-relacionadas.
Família camito-semítica
Constitui o grupo mais importante. O árabe, ramo mais importante, é a língua mais falada no norte do continente e República do Sudão. O aramaico, falado por cinco milhões de pessoas, é o idioma oficial da Etiópia. Entre as línguas semíticas faladas no norte da África, estão o tigrinia e o tigré da Eritréia. O ramo bérbere é falado por quase toda a população do Marrocos, Argélia e Tunísia, além dos grupos disseminados pelo norte da África. O ramo cuchítico está localizado na Etiópia, Somália, costas do mar Vermelho e inclui o orominga e o somali. O egípcio antigo, hoje sem descendência entre as línguas vivas, era desta mesma família (ver Língua copta). O ramo tchádico se estende ao norte da Nigéria e a mais importante é a língua haussa.
Família nilo-saariana
É falada ao longo de um território que se estende pelas margens do rio Níger até a Etiópia, através do vale do alto Nilo e em algumas partes da Uganda e do Quênia. O membro mais ocidental desta família é o songhai, falado em grande parte do Alto Níger, Mali e Níger. O ramo saariano abrange as línguas do norte da Nigéria, da República do Chade e de alguns assentamentos da Líbia. O ramo nilo-chadiano conta com um milhão de falantes no Sudão, norte do Chade, parte de Uganda e do Quênia, e no limite noroeste do Congo. As línguas núbias se localizam na fronteira do sul do Egito, ao longo do alto Nilo.
Família khoi-san
É formada por línguas que contam com menor número de falantes, não mais do que cem mil em todo o continente. São os idiomas falados pelos povos do sul da África, os san e os kikuius. O mais falado é o nama. A noroeste da Tanzânia existem duas línguas da mesma família, a sandawe e a hadza.
Família nígero-kordofana
Inclui duas subfamílias: a kordofana e a nígero-congolesa. A primeira abrange cerca de trinta línguas e se localiza em uma área pequena ao sul do Sudão, nas montanhas de Nuba. A nígero-congolesa se distribui por quase todo o continente, ao sul do deserto do Saara. Em decorrência das migrações, a subfamília nígero-congolesa fragmentou-se em várias ramos ao longo de mais de 5.000 anos. As línguas bantos pertencem a um ramo desta subfamília e as mais conhecidas são o zulu da África do Sul, o suaili e o sukuma da Tanzânia e o ruandês de Luanda. Atualmente, começa a ser conhecida a produção literária dos escritores das línguas banto.
Outras famílias lingüísticas
As famílias indo-européia e malaio-polinésia estão também presentes nos idiomas africanos. À família indo-européia pertencem o africâner e inglês, idiomas da República da África do Sul e do Zimbábue, o francês, falado nas antigas colônias africanas francesas, e o espanhol da Guiné e províncias espanholas de Ceuta e Melilla. O malgaxe, idioma de Madagascar, pertence à família malaio-polinésia.
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domingo, 25 de novembro de 2007
Escravidão no Brasil
Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-de-mato que perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e idéias defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto.
Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os começos da História.
Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.
Escravidão no Brasil
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.
O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.
Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.
As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas.
O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.
Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura
A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática.
Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.
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